sábado, 22 de março de 2008

A MODA QUE AQUI CHEGOU COM A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA 1808-2008


Retratos de D João VI





Retratos da princesa Carlota Joaquina



Como era Salvador no início do século XIX, seus hábitos e costumes , sua moda é o tema da exposição "A Bahia na época de D. João VI.



A mostra inclui gravuras, desenhos e pinturas, móveis e objetos diversos que procuram retratar o cotidiano da Bahia na primeira metade do século XIX. A exposição é composta por peças pertencentes a diversos museus brasileiros e portugueses.



Há 200 anos, a família real portuguesa chegava a Salvador. Logo que puseram os pés na Bahia, as mulheres da corte causaram o maior frisson: as roupas e os acessórios delas eram novidade para as brasileiras.



A primeira moda fez logo a cabeça das mulhres: Carlota Joaquina desembarcou no Brasil de turbante. Era para esconder o cabelo cortado por causa da infestação de piolhos no navio, mas o motivo não importava; a idéia era copiar sem demora o estilo da nobreza e aproveitar os novos tecidos importados.
“O Brasil era dominado por uma lei que proibia os ornamentos e os excessos, tecidos muito caros", explica a pesquisadora Paula Acioly.
A tendência do verão de 1808 era a Moda Império, de origem francesa. Em museus de Paris e Lisboa encontramos vestidos de cores claras, com decotes quadrados ou em forma de coração. O corte logo abaixo do busto, e a saia com um leve franzido; a saia enorme, que precisava até de uma armação de madeira, estava ultrapassada.
A moda seguia os novos ventos da política: para os homens, estavam em alta as roupas com inspiração militar. Napoleão Bonaparte foi buscar idéias de governo na antiga Grécia, e assim as estátuas que surgiam em escavações arqueológicas eram modelo de elegância.
A mulher ficou livre do espartilho e passou a usar sapatilhas. A bolsa, que antes era escondida num buraco da saia rodada, cresceu e apareceu.
A Moda Império não dispensava o luxo, principalmente nas cerimônias que reuniam as damas da corte, como batizados e casamentos. Nestas ocasiões, os vestidos usados tinham caudas bordadas com fios de metais preciosos, fios de seda e detalhes em renda.
Quando Napoleão perdeu a guerra, voltaram as saias exageradas na Europa. Mas a Moda Império, com tecidos leves, manteve sua majestade aqui no Brasil. “A Moda Império é uma moda sem armadilha: ela alonga o corpo da mulher e deixa a mulher mais confortável e faz com que a mulher tenha uma certa postura”.
Dois séculos depois, na nova Moda Império, é revisitada , propondo mais uma vez conforto e luxo a serviço das princesas modernas.



As pinturas de retratos, os desenhos e as gravuras , revelam o gosto refinado da moda na época , as mulheres nobres sempre aparecem retratadas trajando vestidos com modelagem império , ou seja cintura marcada abaixo dos seios ,uma espécie de camisolão preso abaixo do busto que imitavam os drapeados das esculturas gregas , possibilitanto um drapeado, eram muitas vezes rebordados com fios de metais nobres , esses trajes eram complementados com uso de xales, turbantes, leques , luvas , chapéus . já os homens, as inspirações vieram do traje militar , usavam calças justas e casacas ao gosto napoleonico , chapeus bicornio. Para os interessados em indumentária vale a pena conferir a mostra que ficará em nossa cidade até o dia 1 de junho .



O Museu de Arte da Bahia fica na Avenida Sete de Setembro, número 2340. Tel: (71) 3117.6490. Terça a sexta, 14h às 19h; sábado e domingo, das 14h30 às 18h30. R$ 5,00 e R$ 2,50.