segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Exposição mulheres reais , modas e modos no Rio de D. João VI


Está acontecendo no Palácio das Artes Exposição: Mulheres reais – modas + modos no Rio de D. João VI de 09 de outubro a 22 de novembro, na Galeria Alberto da Veiga Guignard.
A exposição está dividida em vários módulos a mostra dá um panorama da época tratando desde o figurino de importantes nomes da realeza, como D. Maria I, Carlota Joaquina e Leopoldina até as vestimentas usadas por suas mucamas, curadoria assinada pela conceituada figurinista Emilia Duncan.
A exposição “Mulheres Reais – Modas e Modos no Rio de Dom João VI” revela, a moda – a indumentária e seus usos, como uma importante manifestação cultural e social do Rio de Janeiro, quando a cidade era capital do império português. A mostra, inaugurada em 9 de outubro , é tecida por uma narrativa lúdica do cotidiano do universo feminino.Trajes e acessórios autênticos do Museu Nacional do Traje de Lisboa, do Museo del Traje de Madrid e do Wien Museum – Mode Depot de Viena, e jóias de escravas do acervo do Museu Costa Pinto de Salvador integram o conteúdo museológico e representativo da exposição, ressaltando a nobreza e a dignidade de negras e brancas de dois séculos atrás, compondo, juntamente com os figurinos e recriações, um quadro que permite descobrir as mulheres reais, através de lentes que transcendem o estereótipo e a anedota, e captam a riqueza das mulheres da época.

Mulheres reais, mulheres brasileiras
As mulheres reais não são apenas as da realeza – rainhas da Casa de Bragança, mas também aquelas que ajudaram a construir hábitos e costumes da sociedade urbana carioca em formação no período joanino, tanto as mulheres de colonos protegidas por suas mantilhas, quanto as mulheres africanas escravizadas – despojadas e sensualmente vestidas, únicas a circularem livremente pelas ruas e praças do acanhado povoado colonial.
As modas e os modos das mulheres da realeza são recriados através de figurinos de D. Maria I, Carlota Joaquina e D. Leopoldina, permitindo uma aproximação completamente diversa das descrições estereotipadas e caricaturais. A exposição capta a contingência singular de cada uma delas para revelar a Maria, que não foi apenas piedosa e louca, a Carlota, que está além da feiúra e da intriga, e a Leopoldina, que não se limitou ao papel de mulher-mártir.
As modas e os modos das outras mulheres brancas e negras da realidade brasileira, protagonistas da construção da realidade social cotidiana durante a permanência da corte portuguesa no Rio de Janeiro, são revelados na diversidade dos trajes e trejeitos expressos na criatividade das curadoras da exposição, a escritora Cláudia Fares e a figurinista Emília Duncan, que resgatam, inclusive, a influência das cores das obras de Debret no universo feminino contemporâneo.

Moda, uma representação da história cotidiana
A exposição “Mulheres Reais – Modas e Modos no Rio de Dom João VI” está instalada num museu porque propõe uma reflexão sobre a moda como expressivo vetor da cultura e da organização social da época. As mulheres da realeza e as mulheres da realidade são diferentes nas modas e nos modos, mas guardam nas suas histórias uma mesma identidade. Ricas ou pobres, escravas ou esposas de colonos, brancas ou negras, rainhas ou trabalhadoras, todas, sem exceção, tiveram que deixar seus territórios físicos e simbólicos e reconstruir no Brasil suas identidades, suas histórias, reinventando a cultura carioca e brasileira. A licença poética é o recurso empregado para a reconstrução das modas e dos modos das mulheres na abertura da exposição – Mar de Mundos, e em cada um dos três grandes e originais módulos da exposição – Mulheres da Realeza; Mulheres da Realidade; O Passado no Presente: 1808 em 2008. O mar é o elemento que acolhe imagens dos mundos que ficaram para trás, do novo mundo colonial e da abertura dos portos. As relações femininas com o poder são desveladas em três mulheres que governam, D. Maria I, Carlota Joaquina e D. Leopoldina. Os figurinos inspirados nos retratos oficiais dessas rainhas constituem a narrativa da passagem do Antigo Regime para o Império, e proporcionam a percepção das mudanças políticas e econômicas na cultura e nas transformações da moda – o aparato dos trajes monárquicos, fortemente marcados pelo barroco, dão lugar às linhas simplificadas do neoclássico.

Caixa de memória, ateliê de referências
A exposição funciona como uma caixa de memórias do universo feminino, um ateliê de referências na pós-modernidade, que costura através da moda a história e a contemporaneidade. Oferece a oportunidade de indagarmos quantas mulheres de Debret ainda percorrem as nossas ruas, sugerindo uma releitura do Rio antigo em recriações com modelos vivos, inspiradas nas aquarelas luminosas do artista.
“Mulheres Reais – Modas e Modos no Rio de Dom João VI” foi criada por Duncan e Fares a partir de uma idéia da jornalista Kika Gama Lobo. Elas contaram com a consultoria do historiador de arte Júlio Bandeira; do historiador de moda João Braga; do antropólogo Raul Lody e com a colaboração do especialista em biografias de rainhas Bruno Astuto. O projeto museográfico é assinado por Lídia Kosovsky, e o projeto multimídia por Marcello Dantas.
Serviço
Evento: Mulheres reais – modas + modos no Rio de D. João VI
Local: Galeria Alberto da Veiga Guignard
Data: 09 de outubro a 22 de novembro
Horário: 2ª-feira, 18h-21h / de 3ª-feira a sábado, 9h30-21h / domingo, 16h-21h
Entrada franca
Balcão de Informações: (31) 3236-7400